Cultura

Prémio Livro do Ano Bertrand 2021

E os vencedores são...

Os cerca de 70 mil votos, de leitores e livreiros, elegeram os melhores livros de 2021, em cada uma das cinco categorias: Melhor livro de Ficção Lusófona, Melhor livro de Ficção Estrangeira, Melhor livro de Não Ficção, Melhor livro de Poesia e Melhor Reedição. Conheça os vencedores.

Melhor livro de Ficção Lusófona

O vencedor da categoria Melhor Livro de Ficção Lusófona foi José Luís Peixoto com a sua obra Almoço de Domingo (Quetzal), uma escolha unânime, dos leitores e dos livreiros Bertrand. Este é não só um romance como uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo com a perspetiva de uma particular geografia e família.

O segundo lugar, na escolha dos leitores, foi ocupado por Mia Couto, com Caçador de Elefantes Invisíveis (Dom Quixote). Já os livreiros, elegeram o romance histórico Inês de Castro (Planeta), de Isabel Stilwell - que ocupou também o terceiro lugar na escolha dos leitores.

Melhor livro de Ficção Estrangeira

1984, de George Orwell, em formato novela gráfica (Cavalo de Ferro), venceu na categoria de Melhor Livro de Ficção Estrangeira, escolha dos leitores, comprovando, uma vez mais, ser uma das obras mais importantes e de maior sucesso da literatura. Os livreiros escolheram o fenómeno do BookTok, Os Sete Maridos de Evelyn Hugo (TopSeller), de Taylor Jenkins Reid – que ocupa também o terceiro lugar na escolha dos leitores.

Em segundo lugar ficou Auschwitz, Cidade Tranquila (Dom Quixote), de Primo Levi, que nos oferece dez textos narrativos, delimitados por dois poemas: doze pontos de vista inesperados e fascinantes sobre a maior tragédia coletiva do século XX.

Os livreiros, optaram por outro sucesso do BookTok, e mais recentemente adaptado a uma série de sucesso da Netflix: Heartstopper – Volume 1 (Cultura Editora), de Alice Oseman.

Melhor livro de Não Ficção

A escolha do vencedor da categoria de Melhor Livro de Não Ficção foi unânime: o português Afonso Cruz conquistou o coração de leitores e livreiros, com a sua obra O Vício dos Livros (Companhia das Letras). Nesta deliciosa colheita de relatos históricos e curiosidades literárias, de reflexões e memórias pessoais, Afonso Cruz dialoga com várias obras, outros tantos escritores e todos os leitores.

A segunda posição foi atribuída, pelos leitores, a Sapiens: Os Pilares da Civilização (Elsinore), de Yuval Noah Harari e David Vandermeulen, este que é o segundo volume da extraordinária adaptação ilustrada por Daniel Casanave do bestseller internacional Sapiens - História Breve da Humanidade. Junta-se a este Jerusalém (CRITICA), de Simon Sebag Montefiore, eleito pelos livreiros.

Integrado Marginal (Contraponto Editores), de Bruno Viera Amaral, foi a terceira opção dos leitores. Nesta biografia de José Cardoso Pires, ficamos a conhecer a exigência obsessiva, quase doentia, a lentidão no processo de escrita e publicação e como isso entrava em contradição com a aspiração ao profissionalismo e com a insistência na dignificação do ofício de escritor que, toda a vida, José Cardoso Pires, o integrado marginal, defendeu. Ricardo Araújo Pereira considerou este livro “Um dos acontecimentos editoriais do ano.” No programa Governo Sombra. Os livreiros optaram, para o terceiro lugar, pelo livro de Alexandre Monteiro, Torne-se um Decifrador de Pessoas (Planeta).

Melhor livro de Poesia

A escolha dos leitores, na categoria de Melhor Livro de Poesia recaiu sobre Paixão (Dom Quixote), de Maria Teresa Horta, que em novembro de 2019 perdeu o seu amor de uma vida, Luís de Barros. Este livro, “intenso, catártico, apaixonante” é uma homenagem. A obra ficou também em terceiro lugar, na escolha dos livreiros.

Corpo Casa (Lua de Papel), de Rupi Kaur, foi a escolha dos livreiros. Segundo Patrícia Pires, livreira Bertrand: “Ao longo deste livro encontramos um pouco de nós em cada página. Rupi consegue ser a "voz" de várias mulheres, de uma geração.”

A segunda posição foi atribuída, pelos leitores, a Afectuosamente (Bertrand Editores), de Margaret Atwood. Nesta colectânea, a autora aborda temas como o amor, a perda, a passagem do tempo, a natureza - e zombies. Poema após poema, dá largas à sua imaginação única e inflexível, com um olhar atento, cuidadoso e intuitivo sobre a vida. A partilhar o pódio, a obra escolhida pelos livreiros foi A Colina que Subimos (Editorial Presença), de Amanda Gorman, onde se celebra a promessa da América e se afirma o poder da poesia.

Melhor Reedição

Na categoria de Melhor Reedição, os leitores destacaram Florbela Espanca – Alma Sonhadora. Com os seus frugais 36 anos vividos, ao longo dos quais nada lhe bastou, nada a satisfez e nada a preencheu por completo, Florbela Espanca ofereceu-nos, com um espírito panteísta e feminista, o melhor que se pode conhecer da beleza das coisas raras e etéreas. Reúne-se assim nesta obra os contos completos e inclui toda a poesia publicada em vida ou parcialmente revista pela poetisa.

Os livreiros, por sua vez, decidiram que As Duas Torres- O Senhor dos Anéis - Parte 2 de J. R. R. Tolkien (Planeta) merecia vencer esta categoria.

Em segundo lugar, a opção unânime recaiu sobre 1984 (Livros do Brasil), de George Orwell. Os terceiros classificados foram Viagem a Portugal (Porto Editora), de José Saramago, e Balada de Amor ao Vento (Presença), de Paulina Chiziane.

Artigo original: Bertrand Livreiros