Cultura

5 livros de Banda Desenhada de autores nacionais

Ao longo dos últimos anos, foram vários os autores que se destacaram na publicação de obras de banda desenhada ou de novelas gráficas em Portugal. Neste campo de representação de uma linguagem universal, há histórias para miúdos e graúdos, que amplificam horizontes e a nossa capacidade imaginativa. Por isso recomendamos cinco livros de autores portugueses cuja obra deve conhecer.

1. Balada para Sophie, de Filipe Melo e Juan Cavia

Cressy-la-Valoise, 1933. Dois jovens pianistas, nascidos numa pequena vila francesa, cruzam-se num concurso local. Julien Dubois, o herdeiro privilegiado de uma família rica, e François Samson, o invisível filho do responsável pela limpeza do teatro. Nessa noite, um deles venceu. Décadas depois, Julien, desencantado e misantropo, vive a reforma numa velha mansão, com um gato e uma governanta por companhia, quando subitamente é visitado por uma jovem jornalista que o incita a contar a sua verdadeira história. Nas paredes da casa, saturadas de fumo de cigarro e de velhas memórias, ressoa a confissão de uma vida feita de rivalidade, desamor e arrependimento. Um dos livros mais aclamados em Portugal nos últimos anos.

2. Please Be Nice to Me e Outras Estórias, de Xico Santos

Please Be Nice to Me e Outras Estórias é um livro com 15 estórias curtas de banda desenhada a preto e branco, de temáticas variadas e para todas as idades, da autoria de Xico Santos. O livro surge originalmente pela vontade do autor em partilhar em inglês estórias previamente publicadas em português e sueco, incluindo adicionalmente diversas estórias inéditas, produzidas ao longo de um período de dez anos.

3. Espero Chegar em Breve, de Nunsky

Nesta adaptação de um texto de Philip K. Dick, narra-se a história de um homem, Victor Kemmings, que por errro recupera consciência do seu sono criogénico a bordo de uma nave especial. A Inteligência Artificial não consegue reparar o problema e Kemmings vê-se obrigado a manter-se acordado, mas fisicamente paralisado durante dez anos da travessia sideral. Como a maior parte da obra de Philip K. Dick, este conto ilustrado pelo autor português Nunsky — que se tem destacado desde a década de 1990 — questiona o que é ser humano e o que é a realidade.

4. Pardalita, de Joana Estrela

Num misto de texto e ilustração, com os vários registos a sucederem-se ao longo das páginas, Pardalita assume, de certa maneira, o formato de um diário íntimo de uma adolescente e por isso, reflexo da inconstância de uma idade em que sentimentos, ideais, descobertas, inseguranças, medos e hormonas aos saltos, se atropelam numa constante roda-viva, que torna bom amanhã o que hoje era mau, ou faz odiar hoje o que ontem era amado. Conta a história de Raquel, jovem que vive nos subúrbios, tem pais separados, e vê a mãe a refugiar-se na descoberta das redes sociais e a tornar-se ativista pelo planeta, num momento em que surgem os primeiros namorados e em que nem tudo corre bem na escola.

5. Estes Dias, de Bernardo Majer

Carolina vê-se envolvida com um homem perigoso, de intenções duvidosas. Rui sente-se perdido com o anúncio do divórcio dos pais. Sofia deixa-se encantar pelo namorado de uma amiga, e Flor é intolerante à lactose. Estas são algumas das histórias que compõem Estes Dias, uma antologia de seis bandas desenhadas que falam sobre monotonia, relações e dores de crescimento na vida moderna. Depois de Toutinegra, com argumento de André Oliveira, Bernardo Majer aventura-se aqui, pela primeira vez, como autor completo.

Artigo original: Bertrand Livreiros